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Depressão na gravidez: um sofrimento esquecido?

Muito é falado sobre depressão pós-parto, mas pouco é discutido na mídia leiga sobre sintomas depressivos presentes na gestação. Aliás, na própria literatura científica os estudos são relativamente escassos, quando comparados àqueles realizados na depressão pós-parto.

 

É sabido que a quantidade de mulheres sofrendo de depressão durante a gestação é aproximadamente a mesma daquelas que sofrem de depressão pós-parto, com uma frequência – na maior parte dos estudos – figurando entre 15 a 20% das mulheres. Ainda, em torno de 30-40% das depressões consideradas “pós-parto” foram iniciadas, na verdade, durante a gravidez. Deste modo, é curioso que a depressão seja tão negligenciada pela maior parte dos canais de comunicação. 

 

Os sintomas da depressão durante a gestação são tecnicamente semelhantes àqueles em qualquer outro período da vida da mulher. Entretanto há algumas peculiaridades a serem ressaltadas. Por exemplo, como na gestação ocorrem muitas modificações no corpo da mulher, é esperado que alguns sintomas da gravidez sejam confundidos com os da depressão. Por exemplo, a insônia é comum na gestação, principalmente no terceiro trimestre (quando o volume abdominal da mulher cresce, em razão do bebê). O indivíduo com depressão costuma ter dificuldade de concentração, circunstância que também ocorre na mulher gestante a partir de mudanças hormonais.

 

Riscos da depressão na gravidez não tratada e a importância do tratamento

 

Também é importante ressaltar que a depressão na gravidez, quando não tratada, traz várias repercussões negativas para o feto. As mais comuns são parto prematuro e bebês com baixo peso. Assim, não há dúvida que deixar de tratar nessas circunstâncias é extremamente danoso, pois – além de deixar a mulher em sofrimento – também traz consequências graves para o bebê.

 

A depender da gravidade da depressão, há diversos tratamentos implementados. Em geral, depressões mais leves (e até as moderadas) podem ser conduzidas com psicoterapia ou outros métodos alternativos. Já nos casos moderados a graves, por vezes o tratamento medicamentoso não só é necessário para diminuir o sofrimento da mulher, mas para prevenir os desfechos negativos antes citados.

 

Os remédios antidepressivos, embora muitas vezes condenados no conhecimento popular, podem minimizar vários dos riscos que a própria depressão causa. Também podem evitar situações dramáticas e indesejadas, tais quais o suicídio. Muitas vezes os potenciais “perigos” dos antidepressivos são superestimados. São remédios muito temidos, mas os riscos reais são pouco conhecidos por pessoas leigas.  Apenas um profissional com experiência pode fazer a correta análise de custo-benefício quanto à necessidade do medicamento em cada caso.

 

Caso queira conhecer o trabalho de excelência do Dr. Igor na área de depressão gestacional e saúde mental da mulher em geral.

 

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